quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Anglicanos comemoram!!!!!!!!!!!!



http://www.rr.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=95&did=78490


Anglicanorum Coetibus”, ou Grupos de Anglicanos, em português, é o nome do documento que foi publicado hoje no site oficial do Vaticano.

O texto estabelece as orientações para a criação dos ordinariatos pessoais, dioceses definidas por grupos de fiéis e não por limitações geográficas, tal como já existe em vários países para as forças armadas.

Logo no texto introdutório é reforçado que esta iniciativa católica foi uma resposta a pedidos “repetidos e insistentes”, feitos por parte de anglicanos “movidos pelo Espírito Santo” para serem recebidos “individual ou corporativamente” no seio da Comunhão Católica.

“O sucessor de Pedro, mandatado pelo Senhor Jesus para garantir a unidade do episcopado e presidir sobre, e salvaguardar, a comunhão universal de todas as Igrejas, não poderia deixar de disponibilizar todos os meios necessários para realizar este desejo sagrado”, lê-se na introdução do texto. Estas palavras servem também de resposta a todos os que entenderam a decisão do Papa como um gesto de agressividade para com a Comunhão Anglicana.

Anglicanorum Coetibus esclarece várias dúvidas que têm surgido desde o anúncio oficial, no dia 20 de Outubro, e põe fim a especulações sobre os detalhes do plano para acolher os ex-anglicanos.

Tal como já tinha sido anunciado, está prevista a possibilidade de ex-padres anglicanos casados serem ordenados padres católicos, mantendo o seu estatuto familiar.

Respeito por ex-bispos

O mesmo não se aplica a bispos casados. Contudo, mesmo neste campo a constituição apostólica é bastante generosa, permitindo que ex-bispos anglicanos casados possam liderar os ordinariatos, com todos os poderes que daí advenham. Enquanto ordinários terão assento na Conferência Episcopal do país onde se encontram e podem solicitar à Santa Sé autorização para utilizar insígnias episcopais.

Ex-bispos anglicanos que se encontrem nos ordinariatos mas que não chefiem os mesmos, terão direito a assento na Conferência Episcopal, sendo tratados como bispos eméritos.

Ainda no que diz respeito ao clero casado, a ordenação católica será vedada a todos os que se encontrem em casamentos irregulares. Isto é, padres anglicanos que sejam divorciados e recasados não poderão exercer o ministério na Igreja Católica.

Este ponto, não sendo propriamente surpreendente, é significativo uma vez que o Arcebispo John Hepworth, líder da Comunhão Anglicana Tradicional (CAT), um grupo de várias igrejas e cerca de 400 mil fiéis que em 2008 pediu oficialmente para ser aceite na Igreja Católica, encontra-se precisamente nesta situação.

Hepworth incorre ainda noutra irregularidade, tendo sido baptizado e ordenado inicialmente na Igreja Católica antes de aderir ao Anglicanismo. Na alínea 2 do 6º artigo das normas complementares, está escrito que: “Aqueles que foram previamente ordenados na Igreja Católica e mais tarde se tornaram anglicanos, não poderão exercer o ministério sagrado no Ordinariato.”

Evitar o isolamento

Aliás, mesmo ao nível dos fiéis, a entrada no ordinariato apenas é possível para ex-anglicanos que o requeiram por escrito. Pessoas que tenham sido baptizadas na Igreja Católica não se podem “transferir” das suas dioceses para o ordinariato, a não ser que tenham membros da família que já pertençam.

Apesar do ordinário estar sujeito às deliberações da Conferência Episcopal local, a sua autoridade é equivalente à de um bispo diocesano, pelo que não tem de se submeter a estes. Contudo, a constituição apostólica insiste muito na necessidade do trabalho conjunto entre o ordinário e o bispo local, e pede ao ordinário que conduza os seus fiéis de forma a evitar que se tornem uma comunidade isolada.

Há ainda outros aspectos dignos de referência. É demonstrado um grande respeito pela tradição litúrgica anglicana. Os ordinariatos poderão celebrar as suas liturgias, incluindo a eucaristia, segundo estas tradições. Também a estrutura sinodal, particular à Igreja Anglicana, será mantida, com a criação obrigatória de órgãos consultivos e deliberativos que englobam fiéis e que têm inclusivamente uma palavra a dizer na nomeação de um ordinário.

No que diz respeito aos seminaristas, estes serão formados, sempre que possível, juntamente com os seminaristas das dioceses locais, recebendo formação específica e adicional em instituições criadas para o efeito pelos ordinariatos.

A publicação deste documento tem sido aguardada por muitas comunidades de anglicanos conservadores que deliberam aceitar o repto católico. Até agora apenas uma comunidade, a secção inglesa da CAT, se comprometeu nesse sentido.

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